Comunicação

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João Guilherme Vargas Netto, Consultor Sindical - 26/10/2018

A segunda vinda

Quase tudo já foi dito e agora só nos resta ouvir a voz das urnas.

Mas antes quero compartilhar com os leitores a poesia forte de um irlandês (nacionalista e de posições políticas extremadas e variáveis), William Butler Yeats, de 1920, chamada em inglês “The Second Coming”.

Ela retrata de maneira sombria e intrigante, interpretando a visão mística do Segundo Advento de Cristo a angústia do poeta após a Primeira Grande Guerra.

Olhando para cima Yeats viu aquilo que João Guimarães Rosa veria olhando para baixo: o diabo na rua no meio do redemunho.

A poesia pode também descrever dramaticamente a situação que vivemos hoje, quase 100 anos depois e nos alertar.

Eis os trechos em tradução minha (embora haja várias outras traduções).

Girando e girando num círculo que se alarga

O falcão não pode mais ouvir o falcoeiro.

Tudo se desagrega; o centro não sustenta.

Mera anarquia está solta pelo mundo.

Sobe a maré de sangue; por toda a parte

A cerimônia da inocência é afogada.

Aos melhores falta convicção, enquanto os piores

Estão cheios de ímpeto apaixonado.
...
Uma forma com corpo de leão e cabeça de homem,

Olhar fixo e vazio e implacável como o sol,

Move lentamente suas coxas, enquanto ao seu redor

Rodopiam as sombras dos violentos pássaros do deserto.

Cai de novo a escuridão.

Comunicado

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