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SINTETEL marca presença na 113ª Conferência Internacional do Trabalho com defesa do trabalho decente, inclusão social e combate às desigualdades

De 2 a 13 de junho, acontece em Genebra, na Suíça, a 113ª Conferência Internacional do Trabalho, promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

O evento, que reuniu representantes de governos, empregadores e trabalhadores de 187 países, é um dos mais importantes fóruns globais para debater os rumos do mundo do trabalho. 

O SINTETEL, representado pelo secretário Geral Mauro Cava de Britto, que fez parte da delegação brasileira, juntamente com Ricardo Patah, presidente da UGT, Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, diversos procuradores da Justiça, juízes do TST, entre outras autoridades. A delegação levou à conferência uma representação plural, comprometida com os direitos da classe trabalhadora e com a promoção de uma transição justa para todos os setores da sociedade.

Composta por dirigentes de várias regiões e segmentos, a delegação da UGT participa ativamente dos painéis e encontros multilaterais que pautam temas urgentes, como a plataformização do trabalho, a transição do informal para o formal, os impactos da crise em Gaza no mercado de trabalho, a luta por trabalho decente, e as estratégias globais para enfrentar o desemprego e as desigualdades.

A participação do SINTETEL e da UGT tem sido marcada pela defesa intransigente do trabalho decente como base para a reconstrução social e econômica mundial. Diante dos dados apresentados pela OIT, que revisou a projeção de crescimento do emprego global de 1,7% para 1,5% em 2025, a central destacou a urgência de políticas públicas efetivas que promovam a geração de empregos de qualidade, com direitos, proteção social e condições dignas.

Outro ponto central do debate é a chamada plataformização do trabalho, fenômeno que cresce em escala mundial e desafia os sistemas tradicionais de proteção trabalhista. A delegação brasileira reforçou a necessidade de regulamentar as atividades desenvolvidas por meio de plataformas digitais, garantindo proteção social e direitos trabalhistas aos trabalhadores de aplicativos e novas tecnologias, muitas vezes expostos à precarização e à informalidade.

Durante os painéis, também foi destaque o informe da OIT sobre a grave situação em Gaza, que denuncia o colapso do mercado de trabalho na região. A destruição de fábricas, lavouras e infraestrutura gerou um impacto devastador: mais de 80% das instalações comerciais foram destruídas, com prejuízo de US$ 1,3 bilhão só no setor agrícola. Os presentes manifestaram solidariedade à classe trabalhadora palestina e defendeu o cessar-fogo imediato, conforme apontado pela própria OIT, como condição essencial para a reconstrução econômica e social da região.

Outro informe discutido, intitulado Empregos Diretos e Crescimento, chamou atenção para a “desilusão dos trabalhadores”, a crescente erosão da confiança nas instituições e a necessidade de reconstrução das estruturas de governança do trabalho. Para a UGT e o SINTETEL, isso passa pela valorização das organizações sindicais, da negociação coletiva e de investimentos robustos em educação, capacitação profissional e inclusão produtiva.

O conceito de transição justa também permeia os debates sobre a transição verde – tema urgente diante das mudanças climáticas e da reestruturação de setores inteiros da economia. 

A informalidade – realidade que atinge milhões de brasileiros – também foi tratada com destaque na conferência. A OIT alertou para a importância de estratégias inovadoras que permitam a transição de trabalhadores informais para atividades formais, protegidas por lei. Para a UGT, isso só será possível com a ampliação do diálogo social, políticas públicas de incentivo à formalização e valorização do salário-mínimo como ferramenta de distribuição de renda.

A delegação da UGT, da qual o SINTETEL fez parte, permanece engajada nos trabalhos da conferência, levando à arena internacional as lutas e os anseios da classe trabalhadora brasileira. A central reafirma seu compromisso com os princípios do trabalho decente, com a equidade social e com a construção de um futuro mais justo, humano e sustentável para todos. 

Para o secretário Geral do SINTETEL, Mauro Britto, a participação nesse evento da OIT é algo enriquecedor profissionalmente em que todas as entidades representativas dos trabalhadores do mundo estão aqui representadas pelos sindicatos, governos e empresários, ou seja, trata-se de um debate tripartite.

“Tivemos muitos debates na questão das plataformas digitais, de riscos biológicos, a questão da informalidade nos empregos, entre outros temas. Os debates ocorreram num ambiente com muita diversidade cultural e de etnias em que discutimos muitos assuntos e tiramos resoluções para construir documentos que nortearão as ações da OIT”, conclui.