Maria Edna(ao centro) com Lais Abramo e Rosane Silva

Maria Edna (ao centro) com a especialista sênior regional de Gênero da OIT, Paz Arancibia, e assessora técnica na sede da OIT, Maria Elena Valenzuela.

De 11 a 13 de novembro, acontece Academia de Cuidados, um projeto voltado à capacitação de gestores públicos e privados, parceiros sociais e sindicais, nacionais e internacionais. De iniciativa da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o projeto visa fortalecer e ampliar o Plano Nacional de Cuidados no Brasil.

O evento, realizado em Brasília, reúne especialistas do Governo Federal, da OIT, das trabalhadoras, nacionais e internacionais, e aborda experiências e políticas de cuidado em andamento no Brasil e na América Latina.

Na ocasião, o SINTETEL é representado pela secretária da Mulher da entidade sindical, Maria Edna de Medeiros.

O Plano Nacional de Cuidados é uma política pública que garante o direito ao cuidado para todos(as), inclusive idosos(as), pessoas com deficiência, mulheres e meninas, e reconhece a importância do trabalho do cuidado. Além de integrar políticas de saúde, assistência social, educação e direitos humanos, promovendo a responsabilidade compartilhada entre estado, famílias, sociedade e setor privado.

Entre as ações e materiais relacionados ao plano destacam-se:

• Cuida Mais Brasil – aprimora a assistência à saúde da mulher e materno-infantil.

• Cuidado com Crianças – cartilhas com orientações a famílias e cuidadores.

• Cuidadores de Idosos – manuais como “Cuidando de quem cuida”.

• Pessoas com Deficiência – materiais sobre o plano “Novo Viver Sem Limite”.

Lais Abramo, secretária Nacional da Política de Cuidados e Família do Ministério do Desenvolvimento Social, destacou a importância do debate e da formação, que considera essencial para construção coletiva de políticas de cuidados que não devem ser vistas apenas como questões familiares, mas como compromisso do estado e da sociedade.

Já Rosane Silva, Secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, destacou o papel dos movimentos sindicais, sociais e feministas na valorização do trabalho de cuidado e na defesa do trabalho decente e da igualdade de gênero.

Durante a abertura do evento foram apresentadas experiências inovadoras como cuidadotecas e lavanderias públicas, que facilitam a conciliação entre afazeres domésticos, estudos e trabalho. Tais ações reforçam a importância de tornar visível o trabalho de cuidado, que ainda recai majoritariamente sobre as mulheres, que atualmente dedicam, em média, 10,4 horas a mais por semana a tarefas domésticas e cuidados, em comparação aos homens. Essa sobrecarga limita impacta no acesso das mulheres à educação, qualificação e a empregos com melhores remuneração.

O reconhecimento do trabalho de cuidado é o primeiro passo para a transformação social. A valorização desse tema em políticas públicas, escolas e meios de comunicação, como foi na prova do ENEM, é fundamental para construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde o cuidado é reconhecido, partilhado e valorizado.